Filha, hoje levei-te a um lugar especial onde a Mãe passou tantas tardes quando era pequenina: a Mata da Fonte Santa. Onde antes a Mãe colhia raminhos de alecrim, colhia ervas rabinhos de coelho, apanhava azedas e malmequeres brancos e enchia sacos de bolotas - hoje existem caminhos empedrados, bancos de madeira e relva - é um Jardim! Mas, ainda assim, consigo sentir o cheiro da erva e consigo ver-me ali... sentada na Mata de mão dada com a minha Avó Joaquina. Ficávamos sempre no altinho da Mata. Consigo ver o seu lenço preto amarrado à cabeça, consigo observar o jeito que fazia com as mãos para compor os cabelos brancos que lhe saíam do lenço e a incomodavam na cara, consigo sentir as suas mãos suaves a sacudirem-me a terra que ficava pegada às minhas pernas e à minha saia! Consigo, Filha. Hoje levei-te lá. Contigo emocionei-me com as árvores! Sim... as árvores, Filha. As árvores são as mesmas que fizeram sombra às minhas brincadeiras e às tardes em que ficava horas, por baixo delas, a correr, a pular e a mexer com as mãos na terra. São estas mesmas árvores que hoje observaste e onde as folhas dançaram com o vento... e tu sorriste! Filha, a Mãe gosta tanto, tanto, tanto, tanto de te levar aos lugares da minha infância. Voltaremos à Mata da Fonte Santa. Prometo-te. És o Amor. O Amor és TU. |
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