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Smarties, Paiting and Primitive Reason

SmartiDesembaraçada

Hoje pegámos em tintas de guache, em pincéis e em folhas A3 de papel manteiga e pintámos sobre um plano inclinado – em cavalete.
Assim, em grupos de 4 elementos criámos, no nosso atelie de Arte, as nossas obras ao som do álbum Alternative Prision – dos Primitive Reason.
E enquanto escutavam a fusão das sonoridades e o experimentalismo da música – também as tintas, os traços, as cores e as trocas de pincéis fluíram sobre as folhas de papel.
A alguns assisti-lhes a passos de dança, absolutamente, inspiradores e encantadores enquanto pintavam a sua obra.
Houve, também, quem aproveitasse as sonoridades do reggae e ska para agitar o corpo e a alma.
O gingar da anca, o bater do pé, a cadência do pincel sobre o cavalete… ARREBATADORES.
Se ao início as cores estavam, absolutamente, intactas do contacto umas com as outras e o amarelo era, indubitavelmente, amarelo, e o azul, assertivamente, azul e o verde, obviamente, verde… bastaram segundos de ação para que as cores se unissem, os pincéis se misturassem e as mais fantásticas e fabulosas tonalidades começassem a surgir.
Irrita-me o amarelo perfeito. O azul perfeito. O verde perfeito. O vermelho perfeito.
Duvido sempre do ambiente que os rodeia nesses momentos, demasiado, perfeitos para eles. Suspeito das manobras maquiavélicas de persuasão... o pincel verde dentro do frasco da tinta verde, sim? O vermelho dentro do vermelho, sim?
Ai!!!!!!!!! Não mistures as TINTAS!!!
... como é que isso é possível????????????
Há quanto tempo não PINTAM????????????????
Riu-me. Secretamente.
Não sou cúmplice.
Mas sei que os crimes são cometidos diariamente.
O prazer da mistura de cores, a autonomia dos criadores, as negociações proporcionadas através da livre (mas observada e supervisionada!) exploração dos materiais, as verbalizações pertinentes, os pedidos de trocas de pincéis e, até, as incursões em obra alheia… fascinam-me.
O domínio de técnicas “ainda” sem nome, a manipulação criativa dos materiais, os salpicos deixados ao acaso sobre o chão mas merecedores de toda a atenção dos artistas.
As pinceladas intencionais sobre os braços – como quem experimenta uma nova sensação… faz uma experiência, como quem ultrapassa uma barreira, alcança a meta… e procura o sorriso cúmplice no olhar de quem observa.
Contem sempre com o meu. Prometo.
A alegria e o prazer de pintar, incessantemente, sobre a mesma superfície, na mesma área – por vezes tão pequena - … até que a folha de papel se rende à tinta… e nasce o “buraco” – que não é, definitivamente, um buraco vazio, nem roto – mas que está cheio de concentração, intencionalidade, motivação, prazer, alegria, entusiasmo e vontade de continuar a fazer mais e mais e mais… prolongando o que lhe fazer ser, naquele momento, tão feliz.
Depois da obra terminada pelo seu criador, os grupos de 4 elementos… seguiram-se uns aos outros… cruzaram-se elementos de um grupo com elementos de outros grupo – porque cada artista tem o seu tempo… porque cada artista leva o seu tempo… porque cada artista faz o seu tempo de criar.
Até que todos ficámos com as mãos lavadas e cheios de vontade de voltar, novamente, a pintar!
É bom… é muito bom… é tão bom… quando terminamos de fazer uma “coisa” e queremos, incansavelmente, recomeçar!


... é, também, por isto e para isto que eu acordo todos os dias.

3 comments:

Catarina Hébil disse...

Vou ter que mostrar este post a um amigo dos Primitive Reason... ele vai gostar :)

Soph disse...

Just do it, Cat!*

Cat disse...

Já alguma vez te disse o quanto gosto de te ler?! O quanto aprendo contigo?! Obrigada!